CONHEÇA O CHICO NETO VAQUEIRO
Eu, Francisco Neto da Silva, conhecido como Chico Neto Vaqueiro, sou um autêntico vaqueiro. Desde minha infância trabalhei com a lida do gado, e as coisas do sertão. Quando tinha dez anos, o meu pai já me acordava cedo para eu ir ajudar a tirar o leite das vacas.
Cresci nessa
atividade na Fazenda Jarra no município de Pentecoste, onde lá vivi até
completar os meus quarenta e dois anos de idade, quando vim para Fortaleza para
trabalhar.
Mesmo morando
em Fortaleza não abandonei as minhas raízes. Fui trabalhar como motorista de
ônibus, e dirigia “encorado”, ou seja, vestia o meu gibão de coro, o que
chamava muita atenção dos passageiros, e foi assim que comecei a divulgar a
cultura do vaqueiro.
Vendo que
somente nos ônibus não atingia o meu objetivo de divulgação, comecei a procurar
as casas de cultura de Fortaleza. A Casa de Juvenal Galeno foi o primeiro
espaço que tive acesso para começar a falar sobre a Cultura do Vaqueiro.
A princípio eu
era visto apenas como uma pessoa vestida de vaqueiro, mas com o tempo eu fui
mostrando que, além de estar vestido de vaqueiro, eu tinha as minhas raízes
fincadas no sertão nordestino, e com isso as pessoas passaram a me dar mais
espaço para eu me apresentar.
Comecei a ser convidado para visitar escolas, e assim falar sobre a minha vida no campo, e a minha vivência de vaqueiro.
A parir daí eu
tive acesso aos editais de cultura, e comecei a me apresentar nas escolas
públicas municipais de Fortaleza, assim como equipamentos como o SESC, e o BNB.
Com a evolução
do meu trabalho, passei a fazer recitais de toadas e aboios, e tive que ampliar
as minhas informações sobre o vaqueiro com algo concreto, foi a partir daí que
comecei a montar uma exposição com as peças do vaqueiro.
O meu trabalho
passou a ser reconhecido, tanto no Ceará como fora do estado. Tive a
oportunidade de participar de Bienais e Feiras Literárias e culturais em
Fortaleza e no interior do estado. A Cultura do Vaqueiro ainda me levou a
feiras em São Luis do Maranhão e a Bienal de São Paulo.
Hoje me
considero o único vaqueiro que atua em escolas fazendo palestras e passando os
meus conhecimentos para os alunos.
Outro trabalho
que faço de bom grado, e voluntariamente, e levar a minha alegria nos cânticos
de aboios e toadas às pessoas idosas que vivem em abrigos.
Por essa minha atividade desenvolvida ao longo do tempo, e por sentir ser uma pessoa única nessa atuação, é que creio ser um icone da cultura nordestina.
Nenhum comentário:
Postar um comentário